domingo, 1 de julho de 2012

Primeira vez na Casa de Dom Inácio, 27/06/2012

Meu pai colocou o despertador para as cinco horas da manha, como ele tem mais idade precisa de mais tempo para se arrumar. Quando levantei percebi que ele tinha feito de tudo de madrugada, inclusive matado barata (tinha uma enorme perto da cama dele). Ele. Disse que não dormiu nem três horas por causa do falatório do lado de fora do quarto. Com muito sacrifício foi se arrumando.

Programamos-nos para sair da pousada as 06h50min da manha e por isso não tomamos café da manha, já que o café da pousada e servido depois das 7hs. Na hora que estávamos saindo estavam colocando um cesto com pães na mesa e eu e meu pai pegamos um pão e fomos comendo no caminho andando ate a casa de Dom Inácio.



O caminho não era muito longo, mas essa hora da manhã estava com o ar gelado e com muito vento.
 Meu pai sentiu muito frio nessa caminhada, o vento batia nas costas dele e ele se encolhia todo, senti que isso foi um enorme sacrifício para ele. Principalmente porque ele andou muito rápido, coisa que ele nunca consegue. Acho que já foi um reforço das energias espirituais do local. Nem ele acreditou que andou tão rápido. No caminho tirei umas fotos do sol iluminando a estada ate a entrada da casa Dom Inácio.

 O céu estava muito azul e o dia particularmente bonito.
As pessoas caminhavam com ânimo, apesar da manhã fria.



 Eu sentia que era um dia especial. Dentro de mim algo me dizia que desse dia em diante muita coisa ira mudar...


Eu me senti mesmo em um lugar singular, ao olho àquela hora da manha, aquela friagem e por todos os lados surgindo pessoas se juntando a nos na caminhada, a caminhada das pessoas de branco. Pessoas que buscam os seres de luz, que buscam serem abençoadas, cada uma em seus desejos, mas todas unidas pela Fé. E interessante a diferença da nossa rotina, que você passa por pessoas apressadas, nervosas, em um ritmo frenético. Aqui todos se cumprimentam, sorriem e percebem que todos fazemos parte de uma grande corrente.






Chegamos e fomos direto para a livraria para pegar nosso cartão de primeira vez.

A livraria é cercada por cristais, um fortalecimento para a energia espiritual.




Dali fomos para o salão principal. Conseguimos sentar na primeira fileira.



 Meu pai quis levar um banquinho dobrável, mas não foi necessário. Fomos vendo pessoas de todos os lugares chegando, falando varias línguas.

Mas todas com um sorriso sereno, sorriso de estar ali. Ao lado do meu pai tinha uma senhora que veio dos EUA, lá da parte de cima, ela teve que fazer varias conexões e enfrentou 27 horas de viagem.

Vi pessoas de muleta, de cadeira de rodas e todo tipo de dificuldades, mas todas se esforçaram para estar lá.

Ali na frente onde estávamos sentados tinham uns basculantes de vidro, por onde o sol começava a entrar. A luz era muito agradável e começava a aquecer um pouco, melhorando o frio.


O palestrante deu inicio aos trabalhos do dia e logo pediu para as pessoas que estavam com operação marcada formarem uma fila e entrarem.

Tudo que era falado era traduzido para o inglês, alguma coisa sem Frances e outras em alemão.


Para o papai tudo era muito novo. Apesar de nunca ter estado ali já tinha passado em situações semelhantes no Tupyara, no centro da D. Célia e ate no Ramatis. Ta certa que cada experiência e única, mas existem semelhanças, as correntes, os passes, a água fluídica...

Cada pessoa a nossa volta que contava um relato fortalecia a nossa fé e nossa esperança.

De repente alguns assistentes do médium subiram o palco com gases e toalhas. Em seguida apareceu João de Deus se preparando para fazer uma intervenção visível. Não ha necessidade de se fazer uma intervenção visível, mas algumas pessoas preferem. Eu não quis olhar. Meu pai olhava, mas disse que não via muita coisa, apesar de estarmos na primeira fila, um monte de gente se aglomerou na nossa frente. Eu só vi o João de Deus enfiando um instrumento no nariz da pessoa e logo em seguida os auxiliares colocaram gases, que se sujou de sangue.




 O paciente foi colocado em uma cadeira de rodas e levado para a enfermaria e o João de Deus entrou.

Alvoroço terminado continuaram a chamar as filas, a próxima fila que chamaram foi a fila da revisão. Enquanto aguardávamos escutávamos casos. Escutamos casos de pessoas que foram operadas espiritualmente ali mesmo no salão. Entre um caso e outro, orações. Na hora do Pai Nosso pedem para todos darem as mãos, em seguida rezamos Ave Maria e Meu Anjo Zelador.

Chamaram então a fila da revisão. O palestrante aproveitava para dar instruções, como não sentar de pernas cruzadas e não cruzar os braços nem os dedos das mãos. Outra dica que ele da e que ao levar a garrafa de água fluídica não beber no gargalo e sim no copo. Segundo ele ao beber no gargalo você desmancha os fluidos magnéticos. Outra recomendação importante e a abstinência de álcool, derivados de porco e pimenta. Enquanto estamos na cidade pede-se que se jante antes das 20hs (não me pergunte por que) e vá se deitar ate às 22hs. Eles dizem que uma enorme falange de trabalhadores do astral visitam todos que vieram a Abadiânia em busca de tratamento espiritual e muitos tratamentos são feitos mesmo nas pousadas enquanto dormimos. Eles dizem que esses trabalhadores de luz ficam atuando em um grande raio ao redor do centro Dom Inácio. Algumas pessoas sobem no palco e colocam pedidos e fotos no triangulo de madeira que fica na parede do palco. Esses pedidos e fotos são retirados e levados para a entidade.

Foi chamada então a fila da segunda vez. O palestrante continuava pedindo para quem ainda estava aguardando para manterem seu pensamento em Jesus e nos seres de luz, fortalecendo seus pedidos.

Ai chamaram a fila da primeira vez. Direcionamos-nos para lá, eu e meu pai e os banquinhos... (Não teve a menor necessidade dos banquinhos). Quando viram meu paizinho com a cabeça branquinha, arrastando os pés colocaram ele na frente.

Passamos pela primeira sala, a sala das correntes, onde ficam medi nus sentados, de olhos fechados, meditando ou orando. Não e permitido falar com esses médiuns e eles não devem abrir os olhos (alguns até colocam vendas nos olhos). O objetivo desses médiuns e limpar a energia das pessoas que passam, sinal de que passamos por uma limpeza espiritual. Isso e uma preparação para conseguirmos uma conexão com a entidade que o médium João de Deus recebe. Quanto mais puro mais facilidade a entidade tem para captar nossas necessidades. Já soube de casos que pessoas foram com o intuito de pedir para algum parente e chegaram lá foram operados de algo que nem sabiam que tinha.

Seguindo na fila, viramos à direita vemos outros médiuns, meditando e orando, também com os olhos fechados e no final o médium João de Deus, sentado em uma cadeira, onde ele recebe as entidades. Caminhamos e logo meu pai parou na frente dele, em uma mão segurando a foto da minha irmã e na outra seu banquinho. João de Deus rabiscou um papel e lhe disse: "Eu vou atender o seu pedido" e para mim ele disse: "Eu vou fazer o seu trabalho". Ele também rabiscou uma receita para mim e fomos direcionados para uma sala onde sentamos, fechamos os olhos e as entidades espirituais fizeram passes.

Então fomos encaminhados para o Jardim, onde aguardamos até chegar um senhor de nome Tião que nos explicou algumas coisas.











Primeiro, de posse da nossa receita deveria nos encaminhar para a farmácia e comprar um suplemento composto de Passiflora, flores e folhas da planta do maracujá. Eles explicam que isso não age como um remédio medicinal tradicional, e similar ao efeito de um chá, só que acrescido das energias das entidades, que foram direcionados para cada pessoa. Por isso a moça separou com cuidado e colocou nome na sacola que era para mim e na que era para o meu pai, para não confundirmos e tomarmos remédios errados.





Fomos então para a fila da sopa. Essa sopa faz parte do tratamento e todos devem tomar, pois assim como a água ela também foi energizada pelas entidades espirituais. Ela e gratuita. Leve e gostosa. São legumes picadinhos com macarrão e uma fatia grande de pão. Eu e meu pai tomamos a sopa.




 Fomos à cantina comprar a garrafa de água fluidificada. Ela custa o mesmo preço de uma água comum.

Nessa hora meu pai já estava bem cansado e fomos para a pousada. Deveríamos ter pegado um taxi para ele, ele foi andando com muita dificuldade. Chegamos e o almoço já estava sendo servido. Apesar de a gente ter tomado a sopa há pouco tempo, como não tomamos café da manha já estávamos com fome.

 Almoçamos e meu pai foi se deitar e eu voltei para a casa Dom Inácio.






Fui à livraria e peguei uma ficha de segunda vez. Como eu já sabia que os primeiros a entrarem são os de cirurgia marcada resolvi ir tomar um banho de cristais para duas horas. Dirigi-me para as cabines ao lado do mirante, depois dos jardins. E um quarto pequeno com uma cama e um aparelho com sete braços que se movem, com cristais nas pontas, com luzes que ficam piscando. Deitei-me ali, a atendente colocou uma tolha sobre meus olhos e me falou para relaxar que ela voltaria em 20 minutos. Como eu gosto muito de cristais (eu mesma tenho uma coleção enorme) me senti muito bem.

Sai dali e fui direto para o salão principal. Ainda estavam atendendo as cirurgias e nesse momento vários assistentes entraram naquele pequeno palco. Iam ser feitos alguns procedimentos visíveis. Não gosto muito de olhar, me da nervoso, mas tirei algumas fotos (que não mostram sangue nem nada semelhante). Acabando os procedimentos João de Deus voltou lá para dentro, junto dos seus assistentes.


Em seguida chamaram a fila de revisão. Nesse momento subiu no palco para fazer palestra a Susi Verde. Ela e uma astróloga conhecida, e eu tinha ótimas referencias dela pela minha amiga Marilene Luchesi (também astróloga, que me passou várias informações de Abadiânia e João de Deus, pois ela já veio dez vezes). A Susi e uma pessoa empolgante. Ela fala de sua experiência de forma que incentiva muito as pessoas. Ela contou que tinha detectado um câncer na mama em 2005 e já estava com uma cirurgia marcada para fazer mastectomia quando a secretaria do seu medico informou que por um problema na agenda dele teriam que adiar a cirurgia por dez dias. Foi ai, nesse intervalo que ela decidiu vir para Abadiânia ver o João de Deus. E ai sua vida mudou. Ela acreditou no procedimento espiritual e desmarcou a cirurgia e o câncer regrediu e ela nunca precisou fazer a cirurgia.


Depois ela começou a contar outros casos e nesse meio tempo chamaram a fila de primeira vez. A Susi Verde continuo palestrando, contando que hoje em dia mora em Bolden, Colorado. La ela tem um ponto de apoio da casa Dom Inácio e ajuda a levar informações sobre o trabalho que e feito no Brasil. Com isso todos os anos muitos americanos passaram a vir para Abadiânia. Então finalmente chamaram a fila de segunda vez.

Passei pela corrente, e segui ate o salão principal, onde estava o médium João de Deus. Ao chegar perto dele entreguei a foto de minha irmã e ele me falou: "quero te ver amanha as 8hs". Dai fui ate a pequena sala de passes, fechei meus olhos e recebi os passes espirituais. Saindo dessa sala já sabia o procedimento, que era seguir ate o jardim e aguardar as explicações. Sai dali satisfeita, sabendo que tinha mais chances de dar andamento ao tratamento espiritual de minha irmã. Antes de ir embora comprei mais uma água fluídica e voltei caminhando para a pousada.

Nessa hora já estava querendo fazer um lanche e parei em uma loja de sucos, que me parece ser um dos melhores lugares da cidade. A lanchonete e bem colorida, com uma enorme mandala astrológica na parede.



Aqui eles servem diversas combinações de sucos. Eu experimentei um que era uma mistura de manga, abacaxi e banana. Muito bom, por sinal. Acho que o truque esta em acertar a quantidade de cada um. Comi um strudel, comprei um pacote de cookies de chocolate e voltei para a pousada.

 Meu pai ainda estava no quarto, me parecia um pouco mais descansado. Ele não se adaptou com o frio. Para ele, que tem pouca gordura e a pele bem mais fina devido à idade esta sendo muito difícil ficar aqui... Ele chegou a dizer que precisava de um hotel com aquecimento. Se aqui o banheiro nem box tem, imagina aquecimento!

Vendo a insatisfação do meu pai o dono da pousada perguntou se ele queria trocar de quarto, para um, a nos fundo, longe do salão de refeição, onde teria mais silencio. Ele olhou o quarto e disse que sim. Começamos a levar as coisas, e meu pai percebeu que o quarto era bem menor e não tinha espaço para ele arrumar as coisas dele, muito menos onde colocar sua mala. Então trouxeram uma mesa para ele colocar a mala. Nesse instante a neném que estava no quarto ao lado começou a chorar. Ai imaginamos que se a neném chorasse a noite toda íamos ter uma noite de insônia, em um quarto ainda mais desconfortável. Ele então decidiu ficar no quarto anterior e fizemos a mudança das coisas toda novamente.




Tomei um banho e fomos jantar.


 Como meu pai ficou deitado a tarde toda  decidimos dar uma volta. Fomos ate aquela lanchonete que tomei um suco na parte da tarde.


La encontramos a Susi Verde e ela sentou na nossa mesa. Muito simpática nos contou com mais detalhes suas experiência espiritual em Abadiânia, com João de Deus. Ela explicou que na cirurgia espiritual e cortado as raízes do câncer, então o tumor não e mais alimentado e ele começa a regredir. Conversamos bastante, mas eu percebi que meu pai batia queixo. Despedimos-nos e começamos a caminhar de volta. Meu pai tinha tanto frio que nem conseguia andar. Tentei enrolá-lo no meu chale de lá, cobrindo ate sua cabeça, mas acho que não adiantou muito. Foi de partir o coração ver ele se tremer daquele jeito de frio.

 Chegamos à pousada tudo já estava quieto e as luzes apagadas. O dono da pousada seu Neri ainda brincou que aquela hora (eram 21h30minhs) não era hora de menino estar acordado, brincando com o papai.

 No quarto ele dizia que o frio não passava, então ofereci uma outra calca que trouxe acolchoada para ele colocar em cima da dele. Ele foi vestindo varias roupas, como uma cebola, com diversas camadas, para ver se esquentava.


 Hoje tínhamos silencio e tudo parecia mais sereno. Mesmo com o frio ele se acomodou na cama e fomos dormir...

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